Sete Povos das Missões.
São Miguel das Missões, belo lugar para se visitar.
O grande projeto jesuítico de conquista e de estabelecimento de domínio político administrativo na America teve inicio em 1606 na Província do Paraguai e se estendeu por mais de 200 anos em uma extensão territorial que compreendia parte da hoje Argentina, do Paraguai, do Uruguai e do Brasil (estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Em alguns momentos teve sob sua administração uma população de 150 000 indígenas da tribo dos Guaranis.
Fundaram inúmeras missões ou reduções, organizadas quase que militarmente, para submeterem os guaranis a sua autoridade e catequização, sem respeito a sua cultura e tradições. Algumas missões chegaram a ter até 8 000 guaranis submetidos a ordem de dois ou três jesuítas.
Entre outras, foram traçadas acirradas disputas com os bandeirantes paulistas pela posse desses mesmos índios em grandes expedições e incursões até o hoje Rio Grande do Sul na região de S. Borja.
As disputas entre Espanha e Portugal pela definição do domínio na região onde estavam instaladas as missões do projeto jesuítico sempre foi um entrave na sua concretização final.
O Tratado de Madri de 1750 entre Portugal e Espanha definiu o rio Uruguay como limite de domínio entre os dois reinos e que toda a população das missões deveria se transferir para o lado ocidental (Argentina) deixando o lado oriental (RS) no prazo de um ano. O não reconhecimento por parte dos guaranis desse tratado deu origem a guerra Guaranítica que deu inicio ao fim desse projeto, ainda assim sobreviveu de maneira frágil e precária até 1828 com a definição da fronteira com a então província de Sacramento (Uruguai) que se desmembrou do Brasil e para onde se transferiram os últimos remanescentes dos povos das missões do Brasil.
As ruínas de algumas missões ainda resistem no Rio Grande do Sul sendo a mais conhecida a São Miguel das Missões, definida como patrimônio da humanidade pela UNESCO em 1983.
